O carro, um De Dion Bouton 1906, foi importado da França naquele ano por Januário Grecco (sentado no banco dianteiro, ao lado do irmão), um próspero comerciante de alimentos que representava as Indústrias Matarazzo de São Paulo aqui no Estado. Lunara, amigo de Grecco, era a composição das três primeiras sílabas do nome do destacado empresário Luiz Nascimento Ramos (1864 – 1937), que também trabalhava com secos & molhados e tinha na fotografia seu hobby predileto.
Quando o automóvel foi desembarcado do navio, no cais da Alfândega não havia quem soubesse manejá-lo. O proprietário teve de recorrer aos préstimos de um detento da Casa de Correção, Marini Constanti, italiano e familiarizado com mecânica e operação de veículos motorizados.
O carro foi empurrado até o Cadeião do Gasômetro e, dentro do pátio da penitenciária, foi acionado pela primeira vez. Marini ganhou autorização para sair algumas vezes do presídio, como motorista dos Grecco.
A Capital tinha 70 mil habitantes e nessa época o Código de Veículos de 1893 não previa o transporte motorizado. Em 1913, já com 188 automóveis registrados, a lei foi regulamentada: tornou-se obrigatório o uso de lanternas à noite e de buzina a cada esquina, e a velocidade máxima permitida era de 6km/h no centro, 10km/h nos bairros afastados e 15km/h fora da cidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário